Hipersensibilidade Dentinária: “Dentes
Sensíveis”
A hipersensibilidade dentinária é
um fenômeno no qual há uma sensação dolorosa nos elementos dentários diante de
estímulos externos e comumente é entendida por “dentes sensíveis”. É uma
manifestação que acomete boa parte da população, sendo unânime entre os
pesquisadores o fato de que a hipersensibilidade dentinária atinge 1 em cada 7
pacientes adultos e a grande maioria tem idade entre 20 e 40 anos, com o pico
de maior ocorrência situando-se no final da terceira década de vida. Muitas
pessoas costumam relatar uma “dor de dente” sem ter qualquer sinal de cárie,
fratura ou doença aparente. Geralmente, a dor se localiza na região do dente
próxima à gengiva ou no “colo do dente”. Além de causar desconforto bucal, cria
uma série de inconvenientes na vida psicosocial do indivíduo, podendo levá-lo a
restrições alimentares.
Por que os dentes ficam sensíveis?
A coroa (parte visível do dente ou exposta na cavidade bucal) é revestida por
uma camada resistente, protetora e insensível aos estímulos chamada “esmalte”.
Enquanto que a raiz (parte do dente que fica abaixo da gengiva), é recoberta
por outra camada de proteção denominada “cemento”. Quando uma destas camadas sofre
desgaste acentuado, expõe a dentina que é um tecido dentário rico em
terminações nervosas e estas, então, ficam submetidas diretamente a uma grande
variedade de estímulos, provocando dor. Tal sensibilidade aparece durante a
ingestão de alimentos frios, quentes, doces, cítricos e no momento da escovação,
e tem curta duração, pois cessa logo após a remoção do estímulo. A exposição da
superfície dentinária pode ocorrer devido a vários fatores: abrasão (provocada
pela escovação forçada); erosão (causada pelo consumo excessivo de bebidas ou alimentos
ricos em ácidos como refrigerantes, sucos cítricos e frutas); atrição (causada
pelo bruxismo, hábitos parafuncionais ou estresse oclusal); problemas
periodontais, etc. Determinadas patologias, como a bulimia, a anorexia nervosa
e o refluxo gastroesofágico causam erosões dentárias em virtude do ácido
presente no suco gástrico que retorna à boca. Além disso, o hipertireoidismo e
a xerostomia (redução do fluxo salivar) também ajudam a degradar as estruturas
dentárias. Em alguns indivíduos, alguns dos fatores citados anteriormente podem
estar associados da seguinte forma: o contato errado entre os dentes (problema
oclusal) provoca fadiga na região do colo e conseqüentemente, ocorrem pequenas
trincas ou fraturas no local, os alimentos ácidos, por sua vez, dissolvem o esmalte
fragilizado e a escovação executada com força termina por removê-lo
mecanicamente. Existem ocasiões em que apenas o ato de escovar leva à exposição
dentinária. É o trauma por escovação o qual resulta da utilização de escovas de
cerdas duras associada ao uso de pastas dentais abrasivas, realizando técnicas
de higienização inadequadas.
Existe tratamento para a
hipersensibilidade dentinária? Sim. Porém, é preciso, inicialmente, que o dentista
seja consultado a fim de avaliar de forma criteriosa e identificar as possíveis
causas da sensibilidade. E a partir daí, com base em um diagnóstico correto, o
profissional poderá executar os procedimentos odontológicos mais apropriados. O
tratamento da hipersensibilidade dentinária envolve, basicamente, o uso de
produtos dessensibilizadores, restaurações de resina ou outro compósito e
ajustes oclusais. Além disso, caberá ao paciente seguir as orientações de
higiene bucal, principalmente com relação à técnica correta de escovação, e
utilizar escovas macias e dentifrícios que contenham agentes
dessensibilizantes.
Dra. Wanessa Aras
Dra. Wanessa Aras

Nenhum comentário:
Postar um comentário