domingo, abril 08, 2012

Hipersensibilidade Dentinária: “Dentes Sensíveis”

             A hipersensibilidade dentinária é um fenômeno no qual há uma sensação dolorosa nos elementos dentários diante de estímulos externos e comumente é entendida por “dentes sensíveis”. É uma manifestação que acomete boa parte da população, sendo unânime entre os pesquisadores o fato de que a hipersensibilidade dentinária atinge 1 em cada 7 pacientes adultos e a grande maioria tem idade entre 20 e 40 anos, com o pico de maior ocorrência situando-se no final da terceira década de vida. Muitas pessoas costumam relatar uma “dor de dente” sem ter qualquer sinal de cárie, fratura ou doença aparente. Geralmente, a dor se localiza na região do dente próxima à gengiva ou no “colo do dente”. Além de causar desconforto bucal, cria uma série de inconvenientes na vida psicosocial do indivíduo, podendo levá-lo a restrições alimentares.
             Por que os dentes ficam sensíveis? A coroa (parte visível do dente ou exposta na cavidade bucal) é revestida por uma camada resistente, protetora e insensível aos estímulos chamada “esmalte”. Enquanto que a raiz (parte do dente que fica abaixo da gengiva), é recoberta por outra camada de proteção denominada “cemento”. Quando uma destas camadas sofre desgaste acentuado, expõe a dentina que é um tecido dentário rico em terminações nervosas e estas, então, ficam submetidas diretamente a uma grande variedade de estímulos, provocando dor. Tal sensibilidade aparece durante a ingestão de alimentos frios, quentes, doces, cítricos e no momento da escovação, e tem curta duração, pois cessa logo após a remoção do estímulo. A exposição da superfície dentinária pode ocorrer devido a vários fatores: abrasão (provocada pela escovação forçada); erosão (causada pelo consumo excessivo de bebidas ou alimentos ricos em ácidos como refrigerantes, sucos cítricos e frutas); atrição (causada pelo bruxismo, hábitos parafuncionais ou estresse oclusal); problemas periodontais, etc. Determinadas patologias, como a bulimia, a anorexia nervosa e o refluxo gastroesofágico causam erosões dentárias em virtude do ácido presente no suco gástrico que retorna à boca. Além disso, o hipertireoidismo e a xerostomia (redução do fluxo salivar) também ajudam a degradar as estruturas dentárias. Em alguns indivíduos, alguns dos fatores citados anteriormente podem estar associados da seguinte forma: o contato errado entre os dentes (problema oclusal) provoca fadiga na região do colo e conseqüentemente, ocorrem pequenas trincas ou fraturas no local, os alimentos ácidos, por sua vez, dissolvem o esmalte fragilizado e a escovação executada com força termina por removê-lo mecanicamente. Existem ocasiões em que apenas o ato de escovar leva à exposição dentinária. É o trauma por escovação o qual resulta da utilização de escovas de cerdas duras associada ao uso de pastas dentais abrasivas, realizando técnicas de higienização inadequadas.
            Existe tratamento para a hipersensibilidade dentinária? Sim. Porém, é preciso, inicialmente, que o dentista seja consultado a fim de avaliar de forma criteriosa e identificar as possíveis causas da sensibilidade. E a partir daí, com base em um diagnóstico correto, o profissional poderá executar os procedimentos odontológicos mais apropriados. O tratamento da hipersensibilidade dentinária envolve, basicamente, o uso de produtos dessensibilizadores, restaurações de resina ou outro compósito e ajustes oclusais. Além disso, caberá ao paciente seguir as orientações de higiene bucal, principalmente com relação à técnica correta de escovação, e utilizar escovas macias e dentifrícios que contenham agentes dessensibilizantes.
                                               Dra. Wanessa Aras

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